[...] já não me perco mais nessa sintonia insana entre nossos corpos. encontro-me. não se trata mais de adjacência, já encontro-me colada; grudada como se jamais fosse capaz de me soltar. e não quero. tal grude me faz devanir e meu delírio é iminente. basta um toque teu que suspirar é inevitável. tão inevitável quanto ter caído de amor por ti. caindo. eternamente. queda profunda e predestinada, fadada a ser intensa paixão. paixão arraigada no peito onde já não cabe mais e agora escorre pelo nosso íntimo. amor que transborda... já não vale mais suspirar. é necessário gritar. gemer. se libertar. sons abafados por tabus mas que agora serão livres. livres para se permitirem. livres para gritarem o quanto esse prazer é meu. e seu. e nosso. mas, no fim... não será suficiente. será necessário reiniciar. perder-te no íntimo, ou seria te encontrar? já não me perco mais nessa sintonia insana entre nossos corpos. encontro-me. [...]
[...] já não me perco mais nessa sintonia insana entre nossos corpos. encontro-me. não se trata mais de adjacência, já encontro-me colada; grudada como se jamais fosse capaz de me soltar. e não quero. tal grude me faz devanir e meu delírio é iminente. basta um toque teu que suspirar é inevitável. tão inevitável quanto ter caído de amor por ti. caindo. eternamente. queda profunda e predestinada, fadada a ser intensa paixão. paixão arraigada no peito onde já não cabe mais e agora escorre pelo nosso íntimo. amor que transborda... já não vale mais suspirar. é necessário gritar. gemer. se libertar. sons abafados por tabus mas que agora serão livres. livres para se permitirem. livres para gritarem o quanto esse prazer é meu. e seu. e nosso. mas, no fim... não será suficiente. será necessário reiniciar. perder-te no íntimo, ou seria te encontrar? já não me perco mais nessa sintonia insana entre nossos corpos. encontro-me. [...]
Bonfire
sábado, 27 de julho de 2019
Toco suavemente em seu peito, meus olhos encontram os seus e encontram seus detalhes. Detalhes estes que me deixam apaixonada, completamente apaixonada por cada centímetro que há na extensão de seu corpo. Por cada curva, pelo movimento de seu peito descendo e subindo a cada respiração, por cada pelo contido nele, e como estes pelos descem sutilmente até se encontrarem e irem até o paraíso. Paraíso este que me adentra de várias formas e me faz delirar, paraíso que cabe no céu de minha boca. Em movimentos rápidos e fortes ou lentos e suaves, esse paraíso tem a capacidade de tirar minha lucidez; pois, quando chego nele, eu grito, suspiro, solto sons que fazem eu me sentir livre, livre para demonstrar o prazer que emana de minha essência. Paraíso que me traz fogo. Irônico, não? Tão irônico quanto logo acima, voltando ao peito, onde os pelos se cruzam, o outro lugar em que estou dentro: o coração. E em meu coração, você também está dentro.
A diferença entre o paraíso de baixo e o paraíso de cima é que no paraíso de cima estamos dentro um do outro o tempo inteiro.
Mesmo assim,
seu corpo todo é minha casa.
Posso morar nele de várias formas.
No fogo do prazer.
E na calmaria do amor.
Mas,
Se me permite escolher uma opção,
em uma fração de eternidade,
posso morar em seu paraíso inferior?
(devora-me)
"É muito raro encontrar alguém que veja o mesmo mundo que o seu."
terça-feira, 23 de julho de 2019
[RESENHA]
Aza Holmes é uma garota de 16 anos que recebe a notícia que um bilionário, Russell Davis Pickett, está desaparecido após algumas investigações que o declararam como corrupto, e quem encontrá-lo receberá uma recompensa no valor de cem mil dólares. Partindo desse ponto, Aza e sua melhor amiga Daisy decidem ir atrás da recompensa, motivadas pelo fato de Aza ter sido amiga de infância do filho do bilionário, Davis Pickett.
Engana-se quem pensa que esta é uma história sobre duas melhores amigas interesseiras, ou um romance, ou um mistério. Engana-se quem pensa que este é somente mais um livro de John Green.
Este, provavelmente, senão com certeza, é o livro mais pessoal de John Green. Enquanto Aza tenta ser uma boa filha e uma boa amiga, ela passa a maior parte do tempo tentando lidar com seu maior problema: seu TOC. Enquanto pensamentos invadem sua mente sem ela permiti-los nem desejá-los, Aza tenta viver sua vida como se fosse alguém normal, do mesmo modo que John Green.
O próprio autor sofre de Transtorno Obsessivo-Compulsivo, e por isso essa personagem parece mais um retrato de si do que algo fictício. O livro é tocante: permite o leitor mergulhar na mente de uma personagem que sofre de uma doença da qual não tem o mínimo controle. Vivendo numa espiral de pensamentos infinita, Aza Holmes tentará lidar com suas tartarugas, que sempre irão até lá embaixo, e é visível na história que a cada capítulo a personagem evolui mais seu modo de lidar com esse transtorno, fazendo o leitor admirá-la cada vez mais.
O livro é repleto de personagens autônomos, únicos; como Davis, que nos encanta com sua admiração pelas estrelas e pelo universo, enquanto tenta lidar com a responsabilidade de cuidar de seu irmão mais novo, Noah, que de modo rebelde, sofre com o desaparecimento do pai.
A mãe de Aza, que é professora, também merece destaque, visto que a mesma tenta sempre compreender a filha e estar presente em sua vida.
Entretanto, sem dúvidas, a personagem mais divertida da história é sua melhor amiga: Daisy. Escritora de fanfics de Star Wars e extremamente falante, Daisy está sempre ao lado de Holmes. A amizade entre as duas é forte e vem de anos, e parece mais algo da vida real que fictício, pois assim como Aza, Daisy tem seus defeitos, mas, desavenças acontecem... e são perdoadas.
Com todos esses fatores, Tartarugas Até Lá Embaixo, ao invés de uma ficção que retrata a realidade, parece mais ter saído da própria realidade para explicá-la numa ficção. John Green mais uma vez encanta com seus questionamentos filosóficos, seus pensamentos intensos – dessa vez, mais forte que nunca – e sua habilidade de nos fazer fechar um livro refletindo mais sobre a vida. É uma leitura indispensável para quem tenta compreender os sentimentos humanos mais complexos na companhia de um autor que facilmente consegue colocar tais sentimentos em palavras, trazendo uma leitura leve que flui melhor a cada página virada e a cada nova descoberta das tartarugas de Aza Holmes, principalmente quando você compreende o título do livro.
Emergir
sexta-feira, 12 de julho de 2019
Sim, eu saí do jardim de infância já sabendo ler. Eu simplesmente amava as letras! Mergulhava em contos de fadas por horas, até hoje meu conto preferido é A Bela e a Fera. Lembro-me de um livro do Peter Pan ilustrado e de capa dura, que acompanhava um CD... eu lia e relia, e quando não estava lendo, estava ouvindo a história. Era incrível! Tantos gibis da Turma da Mônica e livrinhos que eu encontrava nas estantes da escola...
Quando eu ia na casa das pessoas e via livros nas estantes, ia direto para lá. Não, eu nem queria saber se tinha brinquedos na casa. Queria saber se tinha livros. Eu sempre fui assim. Apaixonada por esse mundo literário que me faz navegar em outros mundos a cada página.
E hoje, onde eu vou carrego um livro. Não sei viver sem eles em minha vida, tampouco quero aprender como. E acho que preciso colocar em palavras as minhas impressões sobre algumas histórias. Porque há algumas histórias que são incríveis demais para serem lidas e mantidas em silêncio. É preciso mostrar para o mundo como as letras podem representar um infinito.
E... cá estou eu. Eu não sei se alguém vai ler isso, e para ser sincera, escrevo mais para mim mesma do que para qualquer outro. Esse blog é uma tentativa de expressar pelo menos um pouco do que pude sentir ao ler algo. E quem sabe eu não escreva também, e quem sabe eu não faça outras coisas. E quem sabe onde isso vai dar?
Eu descobri que gosto de escrever para mim mesma (às vezes, quando preciso desabafar com alguém que não seja uma pessoa, abro meu bloco de notas e deixo meus dedos deslizarem. A sensação é maravilhosa) e eu tenho tanta vontade de deixar marcado os meus pensamentos sobre algumas palavras. Sobre algumas letras, alguns livros. Porque eu leio tanto o tempo inteiro. E amo tanto isso. Então, por que não deixar marcado aqui?
Eu, uma beletrista, aquela que não sai de casa sem um livro na bolsa e que não se imagina sem eles, embarco agora nesse novo mundo. Acho que, de tanto cultivar as belas letras, chegou a hora de deixá-las transbordar.
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